terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A Violeta e o Fadista



Tivemos uma cadela e um cão. Primeiro foi a cadela, a Violeta, era grande, preta e branca, muito dócil; por isso preparem-se para ficar sensibilizados (mas não demasiado) com o que vou contar a seguir (foi a minha irmã que me obrigou a contar esta): foi uma altura em que éramos todas muito pequenas, andávamos sempre engaliadas e batíamos umas nas outras. O nosso pai chateou-se e disse que nos castigava se nos voltássemos a bater. Eu, como mais velha era a que tinha que ter mais juízo mas talvez fosse a que tivesse menos; lembrei-me de bater na Violeta para a minha irmã chorar... e resultou. Por isso sempre que a minha irmã me chateava, como não lhe podia bater, batia na cadela (tinha o mesmo efeito, pensava eu). A violeta morreu velhinha e muito amada pela minha irmã. Já o Fadista que ela também adorava era pequenino, castanho claro e muito vivo, não podia ouvir nenhum barulho estranho que começava logo a ladrar. A primeira noite que desapareceu levamos todos um grande susto, procurámos por todo o lado e nada. Passou um dia, passaram dois... Ao terceiro dia o meu pai precisou de umas tesouras e lembrou-se que se tinha esquecido delas na horta do Carvalhal, foi lá buscá-las e adivinhem quem encontrou deitado ao lado delas?! A partir daí sempre que o Fadista desaparecia tentávamos todos lembrar-nos do que teria ficado esquecido e onde! Quando a minha mãe deixava roupa no rio a corar de um dia para o outro, mesmo que o trouxéssemos ao colo, ele fugia durante a noite e na manhã seguinte íamos encontrá-lo deitado ao pé da roupa.


1 comentário :

CECILIA disse...

Lembro-me bem desse tempo em que tu eras mà mas ainda bem que mudas-te. Passamos bons momentos com os nossos caes. Um beijinho.