terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Beatriz Ângelo- Hospital Dia Médico

Quem foi Beatriz Ângelo?


Médica, republicana e feminista, (Carolina) Beatriz Ângelo nasceu em 1877, na Guarda, cidade onde realizou os seus estudos liceais. Já em Lisboa, ingressou nas Escolas Politécnica e Médico-Cirúrgica, tendo terminando o curso no ano de 1902.

Na sua carreira médica destaca-se o facto de ter sido a primeira mulher portuguesa a operar no Hospital de São José, sob a direcção de Sabino Maria Teixeira Coelho. Trabalhou ainda no Hospital de Rilhafoles, sob a orientação de Miguel Bombarda, e dedicou-se à Ginecologia, com consultório na baixa lisboeta. A atividade profissional de Beatriz Ângelo foi conciliada com uma intervenção política e social intensa e marcante. Foi uma das principais ativistas da sua época, defensora dos direitos das mulheres, tendo lutado por causas como a emancipação das mulheres e o sufrágio feminino. 


Depois de o meu pai ter estado internado no Hospital Beatriz Ângelo foi reencaminhado para ser seguido na parte do Hospital Dia Médico, onde fez algumas sessões de quimioterapia. 
Na semana passada e por indicação do médico foram canceladas as restantes sessões visto não estarem a dar resultado e o seu estado de saúde ter piorado bastante tornando também penosa a sua deslocação até ao hospital.
Neste momento encontra-se em casa, onde gosta de estar e onde se sente bem; isto porque sempre manifestou o desejo de não ficar no hospital desde que isso fosse possível.

Durante o tempo em que foi atendido no Hospital Dia foi sempre bem recebido e tratado, tanto pelos funcionários administrativos, bem como pelos enfermeiros e o médico que o seguiu. Todos de uma simplicidade e calma que nos contagiava e nos dava uma grande paz de espírito.

Nas salas de espera vão-se fazendo conhecimentos e ouvindo histórias que não se conseguem imaginar se não forem vivenciadas. Reparei que a situação em que as pessoas se enervavam mais era no tempo de espera necessário para realizar os exames e fazer o tratamento; este tempo de espera para mim parecia-me uma coisa natural pois via-se claramente o empenho de todos as pessoas envolvidas no processo para que tudo fosse feito com celeridade mas também com os cuidados necessários, uma vez que este tipo de situações requer bastante rigor. Com boa vontade, paciência e muita calma conseguimos sair de lá satisfeitos e com a sensação de estarmos bem entregues.


sábado, 23 de fevereiro de 2013

Destino - Sorte



"Quem deveras confia nos destinos da humanidade não tem medo das lágrimas. Pode-se triunfar, com elas nos olhos."



domingo, 17 de fevereiro de 2013

A independência de uma mulher





Sinopse

Toda a gente conhece a história de Elizabeth Bennet, que se casou com Mr. Darcy em Orgulho e Preconceito. Mas o que aconteceu a Mary, a sua irmã?
Todas as irmãs de Mary conquistaram o seu destino: Jane tem um casamento feliz e uma grande família; Lizzie e Mr. Darcy ganharam uma extraordinária reputação social; Lydia conquistou uma reputação bem diferente; e Kitty é requisitada pelos salões mais luxuosos de Londres. Mary, por outro lado, é uma mulher transformada, agora independente de obrigações familiares. Decide escrever um livro onde põe a nu os males do seu país e o drama dos pobres. Mas as suas viagens de pesquisa irão colocar em risco a sua própria vida - e acabarão por lançá-la nos braços do homem que a inspirou.
Da brilhante escritora Colleen McCullough, autora de Pássaros Feridos, um livro de aventuras e romance, em que uma mulher forte e independente deixa a sua marca no mundo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Passeio à Serra da Estrela


foto by Joana

Este fim de semana foi dia de passeio à Serra da Estrela. O dia de sábado esteve bastante ensolarado e deu para dar umas escorregadelas na neve. Foi muito agradável. Dormimos em Avô e domingo com tanta chuva, nevoeiro e alguma neve só deu mesmo para ir almoçar ao Sabugueiro no restaurante Miralva, muito aconchegante com uma bela lareira onde me deliciei com uma fritada de enchidos.















domingo, 10 de fevereiro de 2013

"Simplesmente devastador"





“A culpa é das Estrelas” conta a história de Hazel, uma rapariga de 16 anos que nunca conheceu outra situação que não a de doente terminal, que precisa de aparelhos externos para conseguir respirar e que vê a sua vida dar uma reviravolta quando conhece o adolescente Augustus no Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro.

"- Estou apaixonado por ti - disse ele, baixinho.
- Augustus - disse eu.
- Estou mesmo - disse ele. Ele estava a olhar especado para mim e eu conseguia ver-lhe os cantos dos olhos enrugados. - Estou apaixonado por ti e não estou disposto a negar a mim mesmo o simples prazer de dizer as verdades. Estou apaixonado por ti e sei que o amor é apenas um grito no vazio e que o esquecimento é inevitável e que estamos todos condenados e que chegará o dia em que todo o nosso esforço será devolvido ao pó, e eu sei que o Sol irá engolir a única Terra que alguma vez teremos, e eu estou apaixonado por ti."

"E foi então que nos beijámos. A minha mão largou o carrinho de oxigénio e eu estiquei-me para o pescoço dele, e ele puxou-me pela cintura, deixando-me em bicos de pés. Quando os seus lábios semiabertos encontraram os meus, comecei a sentir uma falta de ar que era nova e fascinante. O espaço à nossa volta evaporou-se e, durante um estranho momento, gostei do meu corpo; esta coisa arruinada pelo cancro que eu andava a arrastar há anos pareceu-me subitamente digna de luta, fazendo valer a pena os tubos no peito e os cateteres e a interminável traição corporal dos tumores."

"- Como é que te tornaste tão adulta a ponto de perceber coisas que confundem a tua velha mãe? - perguntou a minha mãe. - Parece que foi ontem que estava a explicar à Hazel de sete anos porque é que o céu era azul. Nessa altura achavas que eu era um génio.
- Porque é que o céu é azul? - perguntei.
- Porque sim - respondeu ela. Ri-me."

"(...) e depois o meu pai disse: - Sabes em que é que acredito? Lembro-me de, na faculdade, estar numa aula de Matemática, uma aula de Matemática espetacular que era dada por uma velhota minúscula. Ela estava a falar das rápidas transformadas de Fourrier e parou a meio da frase para dizer: "Por vezes, parece que o universo quer que reparemos nele."`
»É nisso que acredito. Acredito que o universo quer que reparemos nele. Acho que o universo é improvavelmente preconceituoso em relação à tomada de consciência, que em parte recompensa a inteligência porque o universo aprecia que a sua elegância seja observada. E quem sou eu, a viver no meio da história, para dizer ao universo - ou à observação que faço dele - que é temporário?
- És bastante esperto - disse eu, passado um bocado.
- És bastante boa a dar elogios - respondeu ele."

"E tanta coisa depende, disse eu a Augustus, de um céu azul talhado pelos ramos de árvores em cima. Tanta coisa depende do tubo de gastrotomia transparente que rompia das entranhas do rapaz de lábios azuis. Tanta coisa depende deste observador do universo.
Semiconsciente, ele olhou de relance para mim e balbuciou:
- E dizes tu que não escreves poesia."

domingo, 3 de fevereiro de 2013

"Lisboa"





"Lisboa
Reflexo doce do Tejo
Caminho de Luz coada
De encontros
Com água
Azul
E pedras da calçada
Gente e brumas
Cheiros e mágoas
Lágrimas de um tempo que se esgota
Penoso
Quando nos afastamos
E nos esquecemos
De amores
Barcos
E gaivotas."


sábado, 2 de fevereiro de 2013

"Viciante" "Maravilhoso" "Hipnotizante"



Kafka à Beira-Mar narra as aventuras (e desventuras) de duas estranhas personagens, cujas vidas, correndo lado a lado ao longo do romance, acabarão por revelar-se repletas de enigmas e carregadas de mistério. São elas Kafka Tamura, que foge de casa aos 15 anos, perseguido pela sombra da negra profecia que um dia lhe foi lançada pelo pai, e de Nakata, um homem já idoso que nunca recupera de um estranho acidente de que foi vítima quando jovem, que tem dedicado boa parte da sua vida a uma causa -procurar gatos desaparecidos.
Neste romance os gatos conversam com pessoas, do céu cai peixe, um chulo faz-se acompanhar de uma prostituta que cita Hegel e uma floresta abriga soldados que não sabem o que é envelhecer desde os dias da Segunda Guerra Mundial. Assiste-se, ainda, a uma morte brutal, só que tanto a identidade da vítima como a do assassino permanecerão um mistério.
Trata-se, no caso, de uma clássica (e extravagante) história de demanda e, simultaneamente, de uma arrojada exploração de tabus, só possível graças ao enorme talento de um dos maiores contadores de histórias do nosso tempo.



"Pouso as mãos no lavatório e inclino-me para a frente, até ficar com a cabeça encostada ao espelho. Só me apetece chorar. Mas as lágrimas não me serviriam de nada nem trariam ninguém em meu socorro. Ninguém..."

"Sou livre. Fecho os olhos e penso com toda a minha força na minha nova condição, ainda que não esteja bem certo do que significa. Tudo o que sei é que estou completamente sozinho. Desterrado numa terra desconhecida, como um explorador solitário sem bússola nem mapa. Será isto a liberdade? Não sei, confesso, e às tantas desisto de pensar nisso."