sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Interessante







Depois de vários anos no estrangeiro, Lucy regressa a casa. Encontrando-se numa encruzilhada na sua vida, sente-se perseguida pela morte misteriosa do pai, que ocorreu há uma década. Certa noite, já tarde, enquanto deambula pela enorme casa familiar na margem de um lago, descobre, escondida no assento de uma janela, uma coleção de objetos que, à primeira vista, parecem simples curiosidades, mas que depressa irão revelar uma complexa história familiar.
As saudades do passado, avivadas pelo reencontro com o seu primeiro grande amor, conduzem-na a situações inesperadas. Lucy descobre e explora os contornos do seu passado. A história da família como ela a conhecia é destruída – e, depois, dramaticamente reconfigurada, animando-a a viver com uma liberdade que ela nunca tinha experimentado antes.

Com constantes surpresas e cheio de detalhes vibrantes, O Lago dos Sonhos é uma saga poderosa e envolvente, que seguramente vai cativar os milhões de leitores que adoraram Segredos de Família.


" - Pois. Sabe, Lucy. Tenho andado a pensar na nossa última conversa, na sua preocupação acerca de Rose. O perdão é a base da Igreja, o perdão de Deus e o amor, e, quaisquer que tenham sido os erros que ela cometeu, sejam quais forem os erros que todos nós cometemos, eles não nos afastam definitivamente da vida espiritual, a não ser que permitamos que isso aconteça."

"Rose tinha cometido erros, sem dúvida, mas arranjara forças para viver de acordo com as suas convicções, sabia o que queria e tentara consegui-lo, mesmo quando a sua cultura lhe colocava na frente um obstáculo atrás do outro. E o seu amor por Iris estava táo presente em todas as cartas, apesar de ter tido de a abandonar."


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Gostei muito




Quando Joyce Conway acorda no hospital depois de uma queda grave, sabe que a sua vida nunca mais será a mesma. Não só perdeu o filho que carregava no ventre, como se apercebe que o seu casamento chegou a um beco sem saída. Mas estas não são as únicas consequências. Joyce simplesmente já não é a mesma pessoa. De repente disserta sobre arte e arquitectura europeias, tem hábitos alimentares completamente indiferentes, fala sobre ruas parisienses onde nunca esteve e cruza-se amiúde com um homem a quem se sente estranhamente ligada...
 
 
"Lágrimas quentes rolam-me pela cara, escorrendo pelas bochechas coradas, que me doem de tanto rir, e aperto-as entre as mãos numa tentativa de parar. Subitamente, penso que a felicidade e a tristeza são sentimentos muito próximos. Tão interligados. Separa-os uma linha tão ténue, uma levíssima fronteira que, por entre emoções, estremece e confunde os territórios opostos. O movimento é mínimo, como os finíssimos fios de uma teia de aranha que estremecem sob o peso de uma gota de chuva. Aqui, neste meu momento de riso incontrolável, que me faz doer a barriga e as bochechas, à medida que dou voltas na cama, com a barriga apertada e todos os músculos tensos, o meu corpo é invadido pela emoção e, por isso, atravessa muito ligeiramente a fronteira e penetra no território da tristeza. Lágrimas de tristeza caem-me do rosto enquanto a barriga continua a estremecer de felicidade."

 
 
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ando aqui às voltas com as minhas memórias e ...



... vieram-me ao pensamento aqueles bailes que se faziam ao domingo à tarde, em Martim, há trinta anos atrás. Lá no cima do povo, em casa da Olivia; ou então no largo da capela nova, mais para o lado da taberna do Sr. Zé Vicente. Éramos tão simples nessa altura, tão pouco preparadas para a vida e por isso mesmo tão despreocupadas.

E quem não se lembra desta que dançamos tantas vezes? E de como batia descompassado o coração quando o nosso par, independentemente de quem quer que fosse, se dirigia a nós?





domingo, 27 de outubro de 2013

Raptadas


Como presente de aniversário a minha irmã levou-me ao cinema. Tivemos direito à sala nº2 do Fonte Nova só para as duas! O filme foi intenso, cheio de suspense.




sábado, 26 de outubro de 2013

"Inteligente e soberbamente arquitectado"






Desde o suicídio do seu melhor amigo, Adam adoptou um comportamento distante e praticamente irreconhecível. Por isso, os pais deste adolescente concordam em instalar um programa no computador dele que vigia todos os seus passos. Simultaneamente, a mãe do jovem que se suicidou descobre algo acerca da noite da morte do filho que mudará tudo, mas então a única pessoa que a pode ajudar - Adam - desaparece misteriosamente. Um thriller tenso, repleto de ligações inesperadas e que nos faz questionar até onde iríamos para proteger aqueles que amamos.   

"Então, que aprendera Tia, a mãe, com aquilo tudo? Faz-se o nosso melhor. Mais nada. Age-se com a melhor das intenções. Mostramos-lhes que os amamos mas a vida é demasiado aleatória para se fazer muito mais, realmente, não se pode controlá-la. Mike tinha um amigo, uma antiga estrela do basquetebol, que gostava de citar ditados iídiches. O seu preferido era «O homem planeia e Deus ri-se».Tia nunca fora nessa. Achando que nos dava uma desculpa para não nos esforçarmos ao máximo porque, olha, Deus lixa-nos na mesma. Mas não era isso. Era mais o saber que podemos empenhar-nos, dar a nós mesmos as melhores oportunidades mas que o controlo é uma ilusão. Ou seria ainda mais complicado?"



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Razoável




Aos oitenta e dois anos e com uma saúde frágil, Olivia sabe que não lhe resta muito tempo. É a última da sua descendência e enfrenta uma escolha colossal: expor um segredo de família há muito escondido ou levá-lo consigo para o túmulo.

Em sua posse encontram-se cartas que provam que, aos dezassete anos, a sua prima e freira Catherine, agora morta e em vias de ser beatificada, deu à luz um rapaz, que entregou para adoção. Hoje, duas gerações mais tarde, Monica Farrell, uma pediatra de trinta e um anos, neta de Catherine, é a herdeira legítima do que resta da fortuna familiar, mas não o sabe.

Poderá Olivia trair o segredo da prima morta para que se faça justiça? Além da sua consciência, tem mais um forte obstáculo: alguns dos familiares que usufruem da fortuna tudo farão para a silenciar…


“ – Encontramo-nos lá às dez menos um quarto. – Monica abriu o armário para tirar o casaco. «Não vos preocupeis, pois, com o dia de amanhã; o dia de amanhã terá as suas próprias preocupações», citou, exausta.”



sábado, 5 de outubro de 2013

Este é o tipo de livro que sempre esperamos encontrar, e que raramente encontramos




Neste romance, um jovem judeu polonês escreve um livro sobre o amor e a existência, mas é obrigado a deixá-lo para trás, junto com a paixão que o inspirou, quando a Polónia é tomada pelos nazistas. Décadas depois, o livro reaparece para unir personagens muito diferentes - Leo Gursky, um imigrante em Nova York; Litvinoff, um professor no Chile; Alma Singer, a filha de uma tradutora literária; Isaac Moritz, escritor americano. Em diferentes vozes, cada uma com seu ritmo e sintaxe, 'A história do amor' gira entre ritos de iniciação e acaso.


"Quero dizer isto algures: tentei ser generoso. E no entanto. Houve alturas da minha vida, anos inteiros, em que a raiva levou a melhor sobre mim. A fealdade virou-me do avesso. Havia uma certa satisfação na amargura. Cortejei-a. Vi-a à minha porta e convidei-a a entrar. Estava zangado com o mundo. E o mundo comigo. Estávamos presos num esgar de repugnância mútua. Costumava deixar as portas bater na cara das pessoas. Bufava-me sempre que tinha vontade de me bufar. Acusava os caixas das lojas de me ficarem com o troco, mesmo que tivesse o troco na mão. Até que percebi que estava quase a tornar-me naquele tipo de pessoas que envenenam os pombos. As pessoas atravessavam a rua para me evitar. Era um cancro humano. E para ser sincero, já não estava zangado com ninguém. Há muito tempo que a raiva me abandonara. Tinha-a deixado esquecida num banco de jardim. E no entanto. Já era assim há tanto tempo, não conhecia mais nenhuma maneira de estar na vida. Um dia acordei e disse a mim mesmo: não é demasiado tarde. Os primeiros dias foram estranhos. Tive de treinar o meu sorriso em frente ao espelho. Mas recuperei-o. Foi como se me tivessem tirado um peso de cima. Deixei-me ir, e alguma coisa me deixou ir também."


"Agora que a minha está quase a acabar, posso dizer que a coisa que me surpreendeu mais na vida é a nossa capacidade de mudança. Num dia somos uma pessoa e no dia seguinte dizem-nos que somos um cão. A princípio, é difícil de suportar, mas passado pouco tempo aprendemos a não ver isso como uma perda. Às vezes chega a tornar-se hilariante verificar quão pouco precisamos que se mantenha na mesma para que prossigamos esse esforço a que chamam, à falta de melhor, ser-se humano."





sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Para a minha mulher - Miguel Esteves Cardoso






"Desde que a Maria João casou (oficialmente) comigo há treze anos, damos por nós a casarmo-nos um com o outro, voluntária ou involuntariamente, várias vezes ao dia.
Vou contar só uma. Esta semana, quando voltávamos da praia, a Maria João estava a pentear-se e deu-me uns cabelos soltos para eu deitar pela janela do carro. Tive ciúmes que alguém pudesse apanhar os cabelos dela e disse-lhe. Dei-lhes um beijinho e atirei-os ao vento. E a Maria João disse: "Agora tenho eu ciúmes que alguém apanhe o cabelo com beijinhos teus."
Casámos um com o outro nesse momento.
Já tínhamos casado cinco vezes na praia.
Casar é o que acontece quando duas pessoas descobrem que, por estarem a fazer ou terem feito uma coisa grande ou pequena, são as duas únicas pessoas no mundo. Todas as outras pessoas não podem fazer parte daquele prazer. Aquele prazer só é possível para duas pessoas concretas: ela e eu.
À nossa volta casavam-se muitas outras pessoas, casando-se mais por nós estarmos de fora, juntamente com todas as outras. Às vezes somos nós os espectadores. Vemos outras pessoas a casarem-se: um homem a rir-se leva uma mulher a rir-se nos braços pelo mar adentro e não a deixa cair até ela pedir.
Há cuidado, medo de desiludir, protecção, ternura e vontade de agradar. Depressa percebemos que estão a rir-se juntos, de uma coisa a que só eles acham graça, que é rirem-se os dois de uma mesma coisa.
Casa comigo hoje, Maria João, meu amor.
Vez após vez."

terça-feira, 1 de outubro de 2013

"Um magistral policial metafísico"




ROMANCE que, em jeito de thriller, toca o universal para revelar o ser humano em toda a sua fragilidade e grandiosidade.

Uma história que termina com a tomada de consciência de que, na fronteira entre o bem e o mal, todos somos a um tempo culpados e inocentes, justos e injustos, almas cinzentas e atormentadas.


"É estranha a vida. Não nos previne. Mistura tudo sem nos deixar escolher e os momentos de sangue seguem-se aos momentos de alegria, sem mais. Dir-se-ia que um homem é uma dessas pedras que se encontram pelos caminhos, que ficam dias inteiros no mesmo sítio, e que o pontapé de um vagabundo faz rolar e arremessar para o ar, sem razão. E o que pode fazer uma pedra?"

ADOREI!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Assim, assim.



Em Nova Iorque, numa rua pitoresca e coberta de neve, duas almas tristes e desiludidas vão redescobrir a magia do amor e da esperança.

Conseguirão um vendedor de pinheiros e uma doce bibliotecária encontrar o verdadeiro amor em Nova Iorque? Podem crer que sim.

Library Journal


"É difícil pensar no futuro quando as costas nos doem e o vento nos atira poeira para os olhos, quando o sol escalda e sentimos tanta sede que nos vemos a desfalecer. Mas esquecemo-nos do cantil e quando espalhamos fertilizante - literalmente hectares dele - o cheiro deixa-nos enjoados. É difícil sonhar com o futuro quando estamos tão atolados no presente."


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Gostei, embora tenha umas partes mais aborrecidas.




Daisy tem apenas vinte e cinco anos quando a mãe morre nos seus braços. Embora saiba há muito que foi adoptada, sempre se sentiu amada pelos pais e pelos irmãos. Para Daisy, aquela é a sua família. Todavia, o luto vai abalar o equilíbrio doméstico e revelar rivalidades encobertas. A serenidade dá lugar à devastação, e a jovem sente que é a altura certa para partir em busca das suas raízes e confrontar-se com o passado.

Na ânsia por saber mais sobre Ellen, a sua mãe biológica, e à medida que vai desvendando a história da família, Daisy descobre as duras verdades por detrás do seu nascimento. Dotada de uma inabalável determinação, Ellen sobrevivera a uma infância traumática: a morte da sua própria mãe estava envolta numa aura de mistério e os maus-tratos de que fora vítima às mãos da madrasta haviam-na marcado irremediavelmente. O destino quis que a sua coragem fosse constantemente posta à prova. O tempo encarregou-se de apagar o rumo dos seus passos.


Mas Daisy não desistirá de a encontrar.



domingo, 22 de setembro de 2013

OS IDIOTAS




São 75 minutos de gargalhadas e boa disposição. Adorei. Fiquei rendida logo no início ao Zé Pedro Gomes quando ele aparece vestido com o seu blazer verde. A não perder. Quem puder deve ir ver.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Também gostei





Sinopse: 

«Um agente secreto de Hitler, um assassino frio e profissional com o nome de código “Estilete”, vê-se envolvido na manobra de diversão dos aliados que antecede o desembarque militar em França. Estamos em 1944, a semanas do Dia D.


O Estilete Assassino é um bestseller internacional em que o destino da guerra assenta nas mãos de um espião, do seu adversário e de uma mulher corajosa.»



terça-feira, 17 de setembro de 2013

Primeira vez



Existe sempre uma primeira vez para tudo o que fazemos ao longo das nossas vidas:

- Primeiro sorriso
- Primeiros passos
- Primeiro tombo (queda)
- Primeiro aniversário
- Primeiro dia de escola
- Primeiro amigo
- Primeiro beijo
- Primeiro castigo
- Primeiro namorado
- Primeiro trabalho
- Primeiro filho
- E por aí adiante


Hoje, na minha vida, é a primeira vez que o meu pai faz anos sem estar cá!
É muito estranho. Sinto-me um bocado desnorteada; com muita vontade de agarrar no telefone como sempre fiz, nas alturas em que não ia a Martim passar os anos dele, e perguntar-lhe se está bem; o que é que a mãe lhe vai fazer de almoço; se lhe vai comprar um bolo; e quase que exijo ouvi-lo do outro lado a responder que sim, que não, a assobiar (ele tinha um assobio próprio p’ra dizer “sem dúvida nenhuma”). Como é que posso arrancar esta vontade galopante de lhe falar que cresce em mim e não consigo controlar?! Como é que faço?! Socorro! Alguém que me diga.


“Talvez a morte tenha mais segredos para nos revelar do que a vida.”


Flaubert






terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Sandra perguntou-me o que tenho andado a fazer?!


NADA! Rigorosamente NADA!

Só tenho ido até ao lar (que anda em obras desde Julho o que dificulta um bocadinho o trabalho); tenho cozinhado alguns pratos deliciosos; a leitura também tem sido uma constante; tenho apanhado banhos de sol no quintal e tento aproveitar ao máximo aqui por casa enquanto não chegam a mãe e a madrinha que ficaram de vir só em Novembro. Por isso como vês estou na minha praia e é como se não fizesse mesmo nada. Um beijinho grande p'ra ti e deixo-te umas fotos invejosas. Au revoir!







Um livro diferente e emocionante.



Sinopse:

Para Jack, de 5 anos, o quarto é o mundo todo. É onde ele e a mamã comem, dormem, brincam e aprendem. Embora Jack não saiba, o sítio onde ele se sente completamente seguro e protegido, aquele quarto de 11 metros quadrados, é também a prisão onde a mãe tem sido mantida contra a sua vontade. Contada na divertida e comovente voz de Jack, esta é uma história de um amor imenso que sobrevive a circunstâncias aterradoras e da ligação umbilical que une mãe e filho.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Parcours Balzac, un flâneur parisien : Quartier latin.


"Paris é uma das principais personagens de "A Comédia Humana" de Balzac. A Paris de Balzac situa-se entre uma cidade real, uma cidade desaparecida e uma cidade que desaparece sob a pressão urbana; e é também a cidade dos parisienses."



























Adorei a visita, apesar da chuva; a guia foi fantástica, senti-me a planar na Paris de Balzac.


Coincidência





Deparei-me por acaso com este segundo e terceiro volumes da trilogia de "Os olhos amarelos dos crocodilos" que comprei na feira do livro. Gostei de ler o primeiro mas confesso que este me surpreendeu bastante; não só porque o li na língua original, mas também porque se passa aqui no 16 (16ème arrondissement) onde me encontro neste momento, pelo que é quase como se sentisse a história ao vivo.




"Quand je pense à tous les livres qu'il me reste encore à lire, j'ai la certitude d'être encore heureux."

Jules Renard