imagem tirada da net |
No rio de Martim, no sitio onde íamos lavar não havia ponte, usávamos as poldras, umas pedras enormes rectangulares espaçadas entre elas; saltávamos de umas para as outras até chegarmos ao outro lado. As pessoas que tinham terras para cultivar em “além do rio” também as usavam. Eu e as minhas irmãs gostávamos muito de as passar a correr. Na altura do inverno a minha mãe ficava sempre com medo e ralhava connosco, como o rio levava muita água e a corrente era forte se caíssemos éramos arrastadas por ela. Uma vez morreu um senhor afogado nas poldras, o Sr. Maracoto, como lhe chamavam. Lembro-me que era muito alto e tinha uma barba branca, era um velhote bonito. Um fim de tarde vinha de Pagarinhos e caiu quando ia a atravessar; só deram com ele no dia seguinte ao fim da tarde porque o cavalo dele chegou sozinho à aldeia e as pessoas foram procurá-lo. A minha mãe falava-nos sempre dele para nos pôr medo, mas nós às escondidas lá íamos sempre para o desafio. Nunca caímos.
2 comentários :
Olá Zrª Zeza, eu conheço esse rio ahah ;)
Tem de se ter cuidado, mas é um rio super fascinante!
beijinhos grandes
Tens de ter cuidado senão ai, ai, ai!
Enviar um comentário