segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

As poldras

imagem tirada da net


No rio de Martim, no sitio onde íamos lavar não havia ponte, usávamos as poldras, umas pedras enormes rectangulares espaçadas entre elas; saltávamos de umas para as outras até chegarmos ao outro lado. As pessoas que tinham terras para cultivar em “além do rio” também as usavam. Eu e as minhas irmãs gostávamos muito de as passar a correr. Na altura do inverno a minha mãe ficava sempre com medo e ralhava connosco, como o rio levava muita água e a corrente era forte se caíssemos éramos arrastadas por ela. Uma vez morreu um senhor afogado nas poldras, o Sr. Maracoto, como lhe chamavam. Lembro-me que era muito alto e tinha uma barba branca, era um velhote bonito. Um fim de tarde vinha de Pagarinhos e caiu quando ia a atravessar; só deram com ele no dia seguinte ao fim da tarde porque o cavalo dele chegou sozinho à aldeia e as pessoas foram procurá-lo. A minha mãe falava-nos sempre dele para nos pôr medo, mas nós às escondidas lá íamos sempre para o desafio. Nunca caímos.

2 comentários :

Cátia disse...

Olá Zrª Zeza, eu conheço esse rio ahah ;)

Tem de se ter cuidado, mas é um rio super fascinante!

beijinhos grandes

Anónimo disse...

Tens de ter cuidado senão ai, ai, ai!