Em Martim sempre se brincou muito ao Carnaval, houve sempre muitas brincadeiras típicas; com o tempo também elas foram desaparecendo. Uma delas era brincar aos casamentos. Juntava-se um grupo de pessoas, normalmente as mais brincalhonas, e faziam uma lista com versos onde casavam todos os rapazes e raparigas solteiros da aldeia. Na segunda-feira de carnaval à noite toda a gente vinha para a rua para ouvir os casamentos, principalmente os mais novos. O grupo que fazia os casamentos ia para o cima do povo, e um deles com um funil começava a cantar os versos:
“ Rapazes e raparigas uma coisa vos vou dizer
Ó que rico casamento eu agora vou fazer.”
A seguir vinha o verso que casava os noivos, normalmente começavam numa ponta da aldeia e davam a volta.
“ O menino Manuel por ser um rapaz atento também o vou casar com a Maria filha do Zé Bento.” Bota” lá um foguete!”
Alguns dos rapazes mais entusiasmados compravam foguetes e eram sortudas as noivas que os recebiam.
E assim se faziam os casamentos. No dia de carnaval o noivo ia a casa da noiva “botar” as flores e merendar. Claro que havia sempre alguns mais contentes do que outros com o casamento que faziam. Que saudades desse tempo, dessas merendas e desses noivos por um dia.
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