sábado, 17 de dezembro de 2011

Telefone sem fios

Lembro-me da primeira vez que tivemos luz lá em casa. Foi por altura do batizado da minha terceira irmã, tinha eu 3 anos. Até essa altura usávamos a candeia. Só quando fiz 12 anos é que tivemos televisão. As minhas irmãs e eu desde cedo que começamos a trabalhar no campo com o meu pai; nestas alturas em que saiamos os 5 de manha cedo para trabalhar a minha mãe ficava em casa a fazer o almoço para nos levar, punha tudo numa cesta de vime e depois levava à cabeça. Houve um dia em que acabámos o trabalho mais cedo e o meu pai disse-nos “Agora, se tivesse um telefone sem fios, telefonávamos à mãe para ela não vir”. As minhas irmãs e eu escondemo-nos para nos rirmos dele e dissemos que estava grolo (doido). Imaginem! Só ainda existia um telefone público em Martim e nem sequer televisão tínhamos! Quanto mais um “telefone sem fios”…

2 comentários :

Anónimo disse...

Disse que voltava para repetir a visita.
Voltei. Só que hoje, já não me deixo surpreender pela pérola tão pequena como bonita que generosamente me é oferecida. Obrigado mais uma vez.
Hoje quase ansiava por ela e pela sensação de a descobrir.
De facto quase esquecemos de onde vimos. Como alguém deixou escrito, a vida vai girando e girando, e no meio desse turbilhão muitas vezes não temos tempo de olhar para trás.
Acabei por recordar as distantes manhãs diante da velha televisão a preto e branco, e de como também fui feliz sem saber que o era.
Hoje, vejo o sorriso do meu filho, e peço que também ele seja feliz sem o saber.
Se faz favor, continue a viajar nas suas memórias...

Anónimo disse...

Muito bonito o teu blog gostei de ler. A infância nunca se perde. Deixa uma marca inesquecível para sempre quando vivida com muita felicidade continua assim, sempre muito FELIZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!