sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

As nossas brincadeiras…

Inventávamos com cada uma melhor do que a outra! Gostávamos muito de bonecas, todas as pedras eram candidatas do momento que fossem mais ou menos grandes e lisas, depois era só embrulha-las nuns trapos e já estava, havia bonecas com fartura, a minha mãe só ficava preocupada porque nós íamos lavar os trapos ao poço e tinha medo que caíssemos. O caldo para elas comerem era feito com azedas e outras ervas que cozinhávamos em panelas feitas com montinhos de pedras e uns paus a volta a fingir de lume. De inverno jogávamos ao jogo do ferro e ao tiroliro na capela nova com a outra canalha; em casa o meu pai jogava connosco ao pião, ao par e pernão e fazia uns exercícios de ginástica que nós nos perguntávamos onde é que ele os teria aprendido (quando comecei a fazer yoga há dois anos atrás encontrei-os lá!). De verão era o jogo da macaca, saltar á corda, ao elástico e muitas vezes era andar á pedrada uns aos outros. Em minha casa eramos obrigadas a dormir a sesta o que para nós era um suplicio e ainda por cima todas no mesmo quarto! A minha mãe dizia – calai-vos se vos dou uma dou-vos um cento! E o meu pai acrescentava – se eu vou ai ponho-vos as bentas como o chapéu de um pobre! Gostávamos muito de brincar ao festival da canção, virava-mos um balde ao contrário para fazer de estrado e arranjava-mos um pau para microfone depois engaliavamo-nos as 4 porque queríamos cantar a mesma canção, entre puxões de cabelos e arranhões decidíamos então cantar a mesma canção e ganhava quem cantasse melhor! Uma das que me ficou na memória vem aí a seguir.

3 comentários :

Anónimo disse...

Cada vez me encanto mais com o teu blogue e com as tuas histórias.

Bj,

Susie de Sonho.

José A. Vaz disse...

o jogo do ferro e o tiroliro eram dos mais famosos e apetecíveis entre a rapaziada. o do ferro exigia muita perícia e alguma sorte; o tiroliro era um jogo de equipa que jogávamos até altas horas da noite (às vezes até fugíamos de casa só para jogar): uma espécie de jogo das escondidas; a nossa geração deve ter sido das últimas a jogá-lo. velhos e bons tempos. lembro-me que os mais velhos de entre nós contavam que certa vez em tempos mais recuados, um rapaz se foi esconder numa mina de água ali nas redondezas da povoação. esteve lá quase a noite toda. como nunca mais aparecia nem o encontravam, os outros continuaram o jogo até se cansarem e irem para casa dormir. no outro dia veio gabar-se de que ninguém o tinha descoberto. pois, apanhou uma valente seca e se calhar rapou algum frio, mas lá que ninguém o descobriu, isso não. that's all folks!

Anónimo disse...

As minhas filhas adormeceram muitas vezes a ouvir o "sobe, sobe, balão sobe". Como o conseguiam fazer não cheguei a descobrir, pois eu não me encontrava entre as mais dotadas! D e qualquer maneira, gostei de ouvir e de lembrar...bjo e um 2012 com tudo a que tens direito.