quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Para a minha MÃE


A minha mãe adora flores. Sempre trabalhou muito, muito, muito… e bem e também sempre nos ensinou a trabalhar muito, muito, muito… e bem. Se somos 4 mulheres prendadas a ela o devemos. Em Martim a nossa casa era uma das mais pobres mas era a que de longe brilhava mais. A nossa cozinha tinha prateleiras em vez de armários por isso todos os alumínios tinham que estar sempre a brilhar. Quando éramos pequenas ficávamos a olhar para ela enquanto os areava com esfregão até ao dia em que chegou a nossa vez. Numa dessas vezes eu e a minha irmã estávamos a arear as panelas quando nos desentendemos e começamos a atira-las uma á outra e amolgamos algumas, nem preciso dizer a data que levamos quando a minha mãe chegou! Os púcaros por onde bebíamos a água pareciam espelhos, um dia passou por lá um senhor engenheiro e pediu água a minha mãe, entrou na cozinha e ficou admirado com o brilho das panelas, a minha mãe contava sempre esta história com orgulho, hoje digo -lhe a si minha mãe que conheço alguns engenheiros e doutores que não chegam aos seus calcanhares. Quando a minha mãe lavava e estendia a roupa no rio também se diferenciava da das outras, não que a das outras não estivesse bem, era aquele toque especial que ela tinha. Um dia em que me ensinava a lavar roupa fez-me passar uma grande vergonha, depois de lavar uma almofada dei-lha para ela ver e como estava mal lavada atirou-me com ela a cara na frente de algumas das raparigas que também lavavam com as mães. Foi a primeira e última vez, eu até podia ficar com os dedos esfolados mas a roupa estava sempre bem lavada. No dia em que tive uma máquina de lavar e a roupa saiu com nódoas fiz-lhe o mesmo mas não resultou! Gosto muito de si minha mãe.

3 comentários :

Ccilia disse...

Aqui esta mais uma historia que me deixou emocionada. Nao hà nada a dizer, tenho muitas saudades do tempo que estavamos todas ao pé da nossa querida mae(que é para nos a melhor de todas). Gostei muito das fotos. Um grande bj.

Cátia disse...

Zrª Zeza, os seus textos são muito muito bonitos, nota-se bem o sentimento que tem ao escreve-los :)
Gosto muito de ler os seus textos, beijinhos grandes

Anónimo disse...

Estivemos a ler as duas(eu e a mãe); era ver as lágrimas a cair sem pedirem licença...
Um beijo grande da mãe,que tem muito orgulho das filhas que criou com muito trabalho, mas principalmente com muito,muito amor (afinal sempre pediu uma filha a Deus e Ele presenteou-a com quatro!)
O meu comentário fica para outro dia. Bjo