segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Lua cheia






Como era dura e difícil a semana a seguir ao Natal, antes de a escola começar! Apanhar a azeitona com nevoeiro cerrado e por vezes tudo congelado das geadas, ficávamos com os dedos das mãos cheios de frieiras; ou então com uma chuva miudinha e vento frio que fazia os olhos chorar sem querer… de vez em quando o meu pai lá acendia uma fogueira para nos irmos aquecendo, e depois vinham as brincadeiras e o trabalho ficava por fazer, ele chateava-se e não havia fogueira nos dias a seguir. Depois era uma alegria muito grande na hora de levarmos a azeitona para a azenha e ficar por ali á espera com bocados de pão na mão para molhar no azeite quentinho logo que ele saísse (também púnhamos açúcar por cima). Se fechar agora os olhos consigo sentir o cheiro e o sabor…

Um dos trabalhos que sempre fiz com o meu pai com agrado e orgulho foi cortar e queimar silvas, era difícil e tinha que se ter muito cuidado mas eu seguia todas as orientações, isto porque em muitas das vezes em que apreciei a lua cheia ao lado dele, ele dizia-me e mostrava-me que as sombras que se viam dentro da lua era um homem a puxar um molho de silvas! Eu via e acreditava.

2 comentários :

Anónimo disse...

E verdade, gostei muito de ler o que escreves-te hoje, trouxe-me boas recordaçoes e fez-me realizar como tenho saudades desse tempo, mas como a cançao diz o tempo nao volta a tràs. Continua...........Desta tua(querida) irma. CECILIA

Anónimo disse...

Continuo a adorar estas suas histórias tão cheias de tanto.
Grande verdade essa de o tempo não voltar atrás... Também a mim essas noites luminosas de Lua Cheia me trazem um Mar de boas e inesquecíveis recordações.