terça-feira, 19 de junho de 2012

A sétima ond@



Como já referi este livro é a sequela de “Quando sopra o vento norte”. Acabei de ler. Adorei: é simples, inteligente, divertido e cativante.
“Pensas que não te vejo, que não te sinto. Engano. Puro engano. Quando te escrevo, seguro-te bem junto a mim.”
" (…) Uma semana depois
Assunto: A sétima onda
Olá Leo. Estou sentada na minha varanda na Playa de Alojera em La Gomera a olhar para a baía de pedra com os seus pontos de areia escura e línguas de sal brancas com espuma que entram pelo mar adentro e mais além, até à linha do horizonte que separa o azul-claro do azul-escuro e o céu da água. Sabes como isto é bonito? Vocês têm de vir cá um dia. Este lugar parece ter sido criado para recém-apaixonados.
Porque te escrevo? Porque me apetece. E porque não quero esperar calada pela sétima onda. Sim, aqui conta-se a história da intransigente sétima onda. As primeiras seis são previsíveis e equilibradas. Elas necessitam umas das outras, formam-se umas sobre as outras, não trazem quaisquer surpresas. Mantêm a continuidade. Seis tentativas, tão diferentes ao vê-las ao longe, seis tentativas – e sempre o mesmo objectivo.
Mas atenção à sétima onda! É imprevisível. Durante muito tempo é normal, desenrola-se numa sequência monótona, adapta-se à anterior. Mas por vezes rebenta. Sempre apenas ela, sempre apenas a sétima onda. Ela é despreocupada, inofensiva, rebelde, varre tudo e constrói tudo de novo. Para ela não há um antes, apenas um agora. Depois dela tudo é diferente. Melhor ou pior? Só alguns podem julgar, aqueles que foram apanhados por ela, que tiveram a coragem de se entregar a ela e de se deixar enfeitiçar.
Estou aqui sentada há uma hora, a contar as ondas e a observar o que fazem as sétimas. Ainda nenhuma delas rebentou. Mas estou de férias, sou paciente, posso esperar. Não desisto da esperança! Aqui na costa ocidental sopra mais forte o vento sul quente. (…) "


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