quarta-feira, 4 de julho de 2012

Dos livros que li enquanto estive na praia



“Para sempre”, da autoria da escritora italiana Susanna Tamaro, relata a história de Matteo, um homem que depois de perder a mulher e os filhos num trágico acidente de automóvel entra numa espiral de autodestruição e isolamento.
Escrito numa prosa simples, este livro conduz o leitor na busca de uma razão para tão grande dor e sofrimento.

“(…) – E diz-me, quando tocas no amor com as tuas mãos, que forma tem ele, que cor? Consegues agarrá-lo, medi-lo, fechá-lo numa caixa ou numa gaveta?
- Não, é claro que não. Mas, seja como for…
- Seja como for sentes saudades dele, não sabes o que é, mas sentes a sua falta. Há agora em ti um vazio, um grande vazio e não consegues preenchê-lo. Provavelmente, antes de te apaixonares não sabias que ele existia, mas agora sim e já não podes viver como antes.
Fiquei em silêncio. Como é que ela sabia da grande carapaça com eco em que eu me escondia?
A médium semicerrou os olhos.
- O amor está antes de nós - disse baixinho -, o amor está depois de nós, o amor está à nossa volta, mas nem sempre conseguimos agarrá-lo, nem sempre temos as antenas certas para captar o seu comprimento de onda… e sabes porquê?
- Não – respondi, e ao ouvir a minha voz, fiquei surpreendido com a sua vibração infantil.
- Não por maldade: com efeito, os verdadeiramente maus são poucos, mas por distração, por não sabermos ouvir, por não sabermos confiar. O amor não se mede, não se pesa, não se pode comprar, escapa a todo o tipo das nossas manipulações. Então preferimos imaginar que ele não existe, que podemos viver sem ele. (...)"




“Algumas palavras podem terminar uma relação ou fazer renascer um amor perdido.”
“Escrito com uma prosa poética e personagens comovedoras, este livro fascinante encontra um eco profundo no mundo apressado dos dias de hoje.”
“Uma história de amor apaixonante e arrebatadora, com um final absolutamente inesperado.”

“Meu querido e único amor,
Aquilo que disse foi sentido. Cheguei à conclusão de que a única forma de avançarmos é um de nós tomar uma decisão corajosa.
Não sou tão forte como tu. Quando te conheci, achei que eras uma pessoa frágil, alguém que eu tinha de proteger. Agora percebo que nos avaliei mal. Tu és o elemento forte, aquele que consegue viver com a possibilidade de um amor como este e com o facto de que nunca nos será possível vivê-lo.
Peço-te que não me julgues pela minha fraqueza. Só conseguirei suportar isto se estiver longe de ti, onde nunca seja assombrado pela possibilidade de te ver com ele. Preciso de me afastar e ocupar-me de modo a não teres lugar no meu pensamento. Isso, aqui, é impossível.
Vou aceitar o trabalho. Estarei na Plataforma 4, em Paddington, às 7h15 de sexta-feira à tarde e não há nada no mundo que me fizesse mais feliz do que tu encontrares a coragem para vires comigo.
Se não vieres saberei que o que quer que seja que possamos sentir um pelo outro não é suficiente. Não te culparei, minha querida. Sei que as últimas semanas te impuseram uma tensão insuportável, e também eu a sinto profundamente. A ideia de que poderia de alguma forma ser responsável pela tua infelicidade é-me intolerável.
Estarei à espera na plataforma a partir das 6h45. Acredita que deténs o meu coração, as minhas esperanças, nas tuas mãos.
Teu
B”

Ainda tive tempo de ir ao cinema com a Inês. O filme escolhido foi “Um homem de sorte”, baseado no livro do Nicholas Sparks. Para quem já leu o livro, está muito bem conseguido. Gostei.

E é claro que os dias passados na praia souberam a pouco. Passaram num abrir e fechar de olhos! E nem vos falo dos saborosos pratos que cozinhámos para o jantar…

2 comentários :

Anónimo disse...

"para sempre" é um livro tocante e duma profundidade que nos atinge, como o som da cítara, o âmago da alma; revela as nossas fraquezas e também as nossas fortalezas; é um belo retrato da condição humana na busca pelo sentido do ser e daquilo que nos escapa num primeiro e distraído olhar. Os dias de férias predispõem-nos melhor para estas coisas, porque mais "despreocupados". Espero que além dos livros e do cinema, também os banhos e o radioso sol tenham sido proveitosos para descansar e bronzear o bom do corpinho! shalom!

Cátia disse...

Boa noite Srª Zeza :)

Ainda bem que gostou das suas férias e aproveitou ;)

Ambos os livros parecem ser muito bons e o primeiro então só diz verdades!

beijinhos*