quinta-feira, 31 de maio de 2012

2ª Etapa , Porriño - Redondela (18 km = 24.300 passos)

Albergue de Porriño


Nos albergues o reboliço pode começar a qualquer hora. Normalmente por volta das 5h da madrugada já há pessoas a levantar-se para iniciarem a caminhada. Gosto da sensação de acordar nos albergues, porque me pergunto sempre onde estou, se em casa se no trabalho e o que é que tenho que fazer; rapidamente me dou conta de onde estou e sinto um alívio por perceber que pode cair o céu e eu não preciso de me preocupar nem de me mexer (mas como diria o chefe da aldeia gaulesa de Astérix “amanhã não será a véspera desse dia”).
 21 de Maio de 2012, segunda-feira
Quando cheguei à saída do albergue encontrei os meus companheiros que esperavam por mim e a partir deste momento fizemos toda a caminhada em grupo até Santiago. Em determinados momentos cada um caminhou sozinho e por si tanto pela necessidade de estar só como pelas limitações físicas devido à dureza de algumas partes do caminho.


Ao longo do caminho há vários cafés onde param os peregrinos para descansarem e comer. Há sempre uns que estão a chegar e outros que estão a partir. Nos dois primeiros dias quando chegava dizia um alegre e sonoro bom dia; a partir daí logo que entrava nos cafés, de imediato ouvia em coro dos outros peregrinos o eco do meu bom dia que me deixava com um sorriso de orelha a orelha.

A meio desta etapa existe uma das mais duras subidas do percurso. Mas como o tempo continuava fresco fez-se com mais facilidade. No final da subida pensamos que o pior já tinha passado e ao contrário do que diz o ditado “para baixo todos os santos ajudam”, a descida para Redondela foi ainda mais difícil porque é quase a pique e para os pés que escorregam para a frente dos ténis não pode haver pior. Por vezes tem que se caminhar em zigue-zague ou de costas. Os que forem de bicicleta preparem-se para chegar ao fundo e mudar as pastilhas dos travões.





Por volta das 16h chegamos finalmente ao lindo albergue de Redondela (Casa da Torre) que era uma antiga casa senhorial renascentista do século XVI.

Ao longo do caminho fomos encontrando outros peregrinos com quem trocamos palavras de saudação e incentivo e que depois reencontramos à chegada; é uma alegria porque nesse momento o albergue transforma-se numa verdadeira Torre de Babel.

Sem comentários :